Espaço do Familiar

 

O diagnóstico de câncer continua se constituindo em um momento particularmente difícil e gerador de intensa angústia na vida de uma pessoa em função de uma série de aspectos que são mobilizados. A ruptura na forma habitual de vida, a incerteza e a insegurança de futuro, o caminho de um tratamento incerto, por vezes, doloroso e prolongado, associada ao estigma de uma época em que não havia tratamento disponível e a possibilidade da morte era iminente. Estes são aspectos determinantes na configuração de um estado de crise em que a fragilidade emocional torna-se uma esperada conseqüência.

Apesar dos importantes avanços na área da oncologia, particularmente no que se refere às possibilidades terapêuticas, o diagnóstico de câncer comumente ainda continua sendo uma doença bastante estigmatizada, carregada de preconceitos e mistérios e estimuladora de fantasias irracionais abalando a integridade psicológica dos pacientes, tornando-os fragilizados e vulneráveis, fazendo com que o paciente se volte para si mesmo ou utiliza mecanismos psicológicos de defesa.

Tais mecanismos de defesa têm dupla finalidade: lutar contra a angústia desencadeada diante da ameaça da doença e estabelecer uma nova maneira de relacionamento da pessoa doente com o meio e consigo mesma. Sendo que, estas formas de relacionamentos são as mais variadas possíveis, como agressividade, recusa ao tratamento, baixa auto-estima e etc., dificultando assim a relação do paciente com sua família e equipe de saúde.

O impacto do diagnóstico pode definir diversos sentimentos de difícil elaboração que variam de acordo com os recursos de cada paciente: a idade do paciente, dinâmica familiar, insegurança na relação médico-paciente, tipo de câncer, do momento de vida, de experiências anteriores e de informações que recebeu no convívio familiar, social e cultural que nasceu e desenvolveu.
 

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