Câncer de pâncreas: Novo tratamento

Câncer de Pâncreas: novo avanço importante

Pacientes com câncer de pâncreas sabem ser portadores de uma doença grave, especialmente quando a deonça não é diagnosticada precocemente. Quando a doença é avançada (incuravel), embora tenham ocorrido alguns avanços nos últimos 10 anos, estes avanços não vinham ocorrendo na mesma velocidade quanto a observada para outros tumores. Isto começa a mudar agora, e o melhor é que a mudança pode afetar positivamente de maneira imediata os nossos pacientes, já que a novidade utiliza medicações já existentes no mercado.

Uma pesquisa conduzida na França, apresentada no ano de 2010 em congresso, e agora publicada na mais conceituada revista médica, mostra resultados muito positivos com uma nova combinação de quimioterápicos. Trezentos e quarenta e dois pacientes foram sorteados para receber o tratamento padrão (um quimioterápico denominado Gemcitabina) ou o tratamento combinando três quimioterápicos, em esquema conhecido como FOLFIRINOX (combinação dos quimioterápicos fluoruracila, oxaliplatina e irinotecano). Dos 171 pacientes que receberam FOLFIRINOX, um terço teve redução da doença e pouco mais de um terço permaneceu com doença estável por aproximadamente 6 meses. Este resultado foi significativamente melhor que o observado no grupo de 171 pacientes que receberam o tratamento padrão, Gemcitabina. Mais importante ainda, o grupo que recebeu FOLFIRINOX teve uma sobrevida aproximadamente 4 meses mais longa que o grupo que recebeu Gemcitabina. No contexto de uma doença avançada e incurável, este aumento na vida dos pacientes foi bastante significativo. Naturalmente, com a combinação de quimioterápicos houve um aumento em determinados efeitos colaterais (como diarréia, formigamento nas mãos e pés), de modo que a seleção do tratamento deve ser individualizada, considerando este potencial de toxicidade maior.

Em face de o câncer de pâncreas metastático ser uma doença grave, este avanço pode ser considerado grande, e possívelmente permite que FOLFIRINOX seja considerado um novo tratamento padrão, para pacientes com boa capacidade de tolerância. Mais do que isso, o novo tratamento se soma a Gemzar como uma outra opção com eficácia no combate a esta doença, de modo que após falha de uma delas, teremos ao menos mais uma opção adequada (embora ainda não ideal) para continuar tratando estes doentes. 

(referência: N Engl J Med 2011;364:1817-25.)

Artigo publicado em 16/05/2011

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