Câncer Colorretal: da Prevenção ao Tratamento e Cura

O câncer colorretal é um tipo de câncer relativamente frequente no mundo e no Brasil. O Ministério da Saúde estima aproximadamente 28.000 novos casos no Brasil este ano, sendo que a doença pode afetar tanto homens quanto mulheres. Por tratar-se de um tipo de câncer amplamente curável desde que diagnosticado precocemente, a mortalidade por câncer colorretal pode ser bastante baixa. No Brasil foram registrados aproximadamente 11500 casos de óbito pela doença em 2007.

Entre os fatores de risco que podem predispor ao aparecimento do câncer colorretal, constam dieta rica em gordura e pobre em vegetais, obesidade e sedentarismo, e uma história de câncer colorretal na família (pais, tios, irmãos). Além disso, sabemos que o câncer colorretal ocorre com maior frequência em pacientes mais velhos, pacientes com as chamadas doenças inflamatórias intestinais e pacientes com número elevado de pólipos no intestino.

A prevenção passa por uma dieta rica em fibras, evitar a obesidade, e atentar para possíveis sintomas que possam sugerir algum problema no intestino, levando o paciente a procurar uma investigação. Além disso, considerando a idade como grande fator de risco, diversos países preconizam o rastreamento do câncer colorretal através da realização de colonoscopia de rastreamento a partir dos 50 anos, ou ao menos através da pesquisa de sangue nas fezes (recomendado entre outros pelo Ministério da Saúde no Brasil). A detecção de sangue nas fezes deve levar o paciente a procurar investigação adequada com um clínico, gastroenterologista, proctologista ou cirurgião. Vale ressaltar que a grande maioria dos pacientes que apresentam algum sangramento retal (sangue vivo no papel após evacuação) se deve à presença de hemorróidas, que nada tem a ver com o câncer. Entre os sintomas que podem ocorrer como consequência do câncer colorretal estão o sangramento, anemia, mudanças na frequência e formato das fezes, um excesso de gases e distensão ou desconforto abdominal.

O diagnóstico do câncer é confirmado pela biópsia feita na colonoscopia. Uma vez diagnosticado, o paciente passa por avaliação com exames de sangue e tomografias para avaliar a extenção da doença. Na grande maioria das vezes, o paciente é então operado, com a ressecção de todo o segmento do intestino grosso no meio do qual estava o tumor. São também ressecados um grande número de linfonodos (gânglios) para avaliar se o tumor havia saído do intestino, e em casos de suspeita de alguma lesão à distância, frequentemente é feita uma biópsia adicional da área suspeita. Dependendo da profundidade do tumor na parede do intestino, da presença ou não de doença nos gânglios ou fora do intestino, faz-se necessária a complementação do tratamento cirúrgico com quimioterapia.

Quando se trata de tumores no reto, frequentemente é necessária incorporação da radioterapia ao tratamento.

Na última década, novos medicamentos mais eficazes para matar células tumorais foram descobertos, o que tem melhorado muito a chance de o paciente não mais ter recidiva da doença e ficar, portanto curado. Mesmo quando a doença já é metastática (está fora do intestino, por exemplo, com um nódulo no fígado), a doença ainda pode ser curada, graças a melhores drogas disponíveis e a melhores técnicas cirúrgicas. Por definição, sempre que a doença é ressecável (operável) ela é potencialmente curável. Para pacientes incuráveis (nos quais a doença não mais é ressecável), dispomos de várias drogas com boa atividade antitumoral, não só quimioterápicos, mas também medicamentos chamados de “terapias-alvo” que alvejam determinadas proteínas das células tumorais e drogas que impedem o crescimento de vasos que iriam nutrir o tumor em crescimento.

Com o uso sequencial destas diversas opções de tratamento, pacientes com doença metastática não ressecavel praticamente dobraram o tempo de sobrevida em relação ao que ocorria há 10 anos.

Como ocorre com diversos outros tipos de câncer metastático para os quais se consegue prolongar a sobrevida por alguns anos, estes anos podem significar uma chance para o aparecimento de novas e mais eficientes estratégias de tratamento.

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SAIBA MAIS:

 

•    O Intestino
 
 
 
      Pólipos
 
 
 
 
 
 
 
 
 
      Colostomia
 
 
 
 
 

      Sexualidade durante o Tratamento do Câncer Colorretal