Câncer de Pulmão

09/03/2010 12:44

Estadiamento

 

Se o diagnóstico de câncer de pulmão for confirmado, uma avaliação do estágio em que se encontra a doença é muito importante. O estadiamento é feito para ver se o câncer se espalhou e, se isto ocorreu, para onde ele se alastrou. É importante saber o estádio da doença para ajudar no planejamento do tratamento. Alguns exames utilizados para estadiamento incluem:

 1. Estágio 0: É o câncer localizado chamado de câncer in situ, limitado à camada mais superficial que recobre as vias aéreas.

 2. Estágio IA: Um tumor com menos de 3 cm sem comprometimento de linfonodos regionais ou outros órgãos.

 3. Estágio IB: Um tumor maior que 3 cm. Não há comprometimento de linfonodos regionais ou outros órgãos.

 4. Estágio IIA: O câncer infiltrou linfonodos do mesmo lado do tumor primário, mas não atingiu I centro do tórax e nem outros órgãos.

 5. Estágio IIB: Um tumor com mais de 3 cm que infiltrou linfonodos hilares (centrais) do mesmo lado do tumor, ou um tumor que invade a parede do tórax, diafragma ou outros locais do tórax sem comprometer linfonodos ou outros órgãos distantes.

 6. Estágio IIIA: Tumor de qualquer tamanho que atinge os linfonodos mediastinais do mesmo lado mas não outros órgãos distantes.

 7. Estágio IIIB: Qualquer tamanho de tumor que infiltrou extensamente os linfonodos, mas não atingiu outros órgãos ou tumor que invadiu mediastino, coração, grandes vasos, traquéia, esôfago, espinha dorsal ou desenvolveu novos nódulos na mesma região do tumor ou derrame pleural (líquido recobrindo os pulmões) com células tumorais, mas sem metástases mais distantes. Pacientes que tenham derrame pleural com células tumorais são tratadas como tendo doença no estágio IV.

 8. Estágio IV: Qualquer tumor que tenha atingido órgãos distantes.

Classificação - carcinoma de pequenas células

A grande maioria dos pacientes com câncer de pequenas células apresenta metástases ao diagnóstico e poucos são submetidos á cirurgia, sendo que a maioria recebe tratamento quimioterápico. Um estadiamento separado para o câncer de pequenas células identifica os pacientes que serão tratados com radioterapia em adição à quimioterapia.

O câncer de pequenas células do pulmão é classificado como:

1. Estágio limitado - significa que o tumor está localizado em um lado do tórax, envolvendo uma única região do pulmão e linfonodos vizinhos, permitindo que esta região seja tratada com radioterapia.

 2. Estágio extenso - significa que o tumor infiltrou outras áreas do tórax ou fora do tórax e não pode ser totalmente irradiado.

 

Sinais e Sintomas

Os sinais e sintomas mais comuns do câncer de pulmão são:

 1. Tosse que não desaparece e piora com o passar do tempo.

 2. Dor no peito constante.

 3. Tosse com escarro e laivos de sangue.

 4. Chiado ou ronquidão

 5. Falta de ar e fadiga.

 6. Pneumonias de repetição.

 7. Inchaço no pescoço ou na face.

 8. Perda de peso e falta de apetite.

Todos esses sintomas podem ser causados por outras doenças que não câncer, por isso é importante consultar um médico.

 

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer de pulmão está baseado nos sintomas e na história de consumo de tabaco do paciente. Sob suspeita da doença, inicialmente será realizado um exame físico completo. Posteriormente serão solicitados exames de imagem como a Radiografia de tórax e a Tomografia computadorizada com o objetivo de identificar o local do câncer. Em caso de identificação positiva de imagem compatível com uma lesão cancerígena, serão solicitados exames adicionais para estabelecer o tipo específico de câncer de pulmão e a extensão da doença. Exames que podem ser solicitados:

  • Exame de escarro:

É um exame no qualo muco contido dentro do pulmãoé examinado no laboratório para determinar a presença de células cancerígenas.

  • Biópsia:

A biópsia é um exame no qual uma amostra de tecido pulmonar é retirada do corpo e examinada no laboratório por um especialista (Patologista) para determinar ou não a existência de câncer. Em caso de evidenciar a presença de células cancerígenas, o patologista definirá de qual tipo de câncer de pulmão se trata. A biópsia pulmonar pode ser feita por meio de uma broncoscopia ou por meio de uma cirurgia.

  • Broncoscopia:

A broncoscopia é um procedimento invasivo que utiliza um broncoscópio que é um instrumento tubular com uma mini câmera na ponta e que é inserido através das vias aéreas (pelo nariz ou boca) do paciente até chegar ao local da lesão suspeita de câncer. Tem por objetivo procurar e identificar dentro dos pulmões a lesão cancerígena e a obtenção de uma amostra de biópsia para um diagnóstico confirmatório.

  • Mediastinoscopia:

É um procedimento que utiliza um instrumento tubular assim como a broncoscopia. Neste caso, ele é usado para ver o mediastino (região localizada entre os pulmões) e procurar por metástases (câncer disseminado), especialmente focando na procura por linfonodos.

  • Punção com agulha fina:

Neste procedimento uma agulha fina guiada por tomografia computadorizada é utilizada em uma área suspeita de câncer de pulmão com o objetivo de coletar uma pequena amostra de tecido para um exame anatomopatológico e elucidação diagnóstica. Normalmente é utilizada em casos de tumores mais periféricos.

  • Toracocentese:

Este procedimento é utilizado em casos de aparecimento de derrame pleural (líquido no pulmão). É usada uma agulha estéril para retirar uma amostra do fluido anormal para exame de laboratório.

  • Cirurgia Vídeo-Assistida por Toracoscopia:

Esta é uma técnica cirúrgica nova utilizada para a realização de biópsia de lesões pulmonares periféricas.É um método menos invasivo e o diagnóstico depende do exame anatomopatológico das amostras coletadas.

  • Estadiamento

O estadiamento do câncer é muito importante e deve ser realizado para todos os tipos de câncer. Dependendo do grau de estadiamento pode-se saber quanto o câncer já se espalhou pelo corpo. O estadiamento do câncer geralmente leva em consideração o tamanho do tumor, o acometimento do orgão, se invadiu órgãos adjacentes, se os gânglios linfáticos estão acometidos e finalmente, se apresenta metástases em órgãos distantes. O estadiamento é importante pois, quanto menor o estadiamento, melhores os indicadores de sobrevida. O estadiamento também determina o tipo de tratamento que será utilizado e quais as terapias únicas ou em combinação serão utilizadas no paciente.

Exames que podem ser solicitados no momento do estadiamento:

  • Tomografia Computadorizada

A Tomografia Computadorizada (TC) é um método de diagnóstico por imagem muito confiável. É rápida, simples e totalmente indolor. A TC é utilizada para o estadiamento do câncer já que pode observar o corpo todo por dentro, reconstruindo com fidelidade os órgãos e aparelhos. A TC serve para determinar a existência ou não de metástases do câncer de pulmão para o cérebro, fígado e ossos (locais mais freqüentes) ou para alguma outra região do corpo.

  • Cintilografia óssea

A Cintilografia óssea é um exame de diagnóstico por imagem indicada para a detecção de tumores com altas chances de metástase óssea.

  • Ressonância magnética

O exame de Ressonância Magnética é um método de diagnóstico por imagem que não utiliza radiação e sim, um campo magnético que permite detectar metástases que eventualmente a tomografia não conseguiu observar. É normalmente utilizada para ver Sistema Nervoso e vasos sanguíneos.

  • PET scan

Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) é um exame específico para identificar o metabolismo das células do tumor, antes delas serem visíveis em outros exames. Dessa maneira, é possível fazer o mapeamento do corpo em uma visão espacial tridimensional. O exame é indicado para detectar câncer e possíveis metástases ganglionares e para outros órgãos.

 

Fatores de Risco

  • Tabagismo:

Fumar cigarros causa câncer de pulmão. Aproximadamente 4700 substâncias são encontradas no fumo das quais, cerca de 50 são carcinogênicas, ou seja, provocam o câncer.

A probabilidade de um tabagista desenvolver câncer de pulmão está relacionada a:

 1. Idade da pessoa;

 2. Idade com a qual começou a fumar;

 3. Ao tempo que fuma;

 4. Ao número de cigarros por dia que fuma e;

 5. A força com que inala.

Parar de fumar reduz consideravelmente o risco de desenvolver câncer de pulmão.

 

  • Cigarros light, cigarro de corda e cachimbo:

As pessoas que fumam cigarros light, de corda e cachimbos têm um risco maior de desenvolver o câncer de pulmão que as pessoas que não fumam. Assim como nos cigarros comuns, a probabilidade de um tabagista desenvolver câncer de pulmão está também relacionada à idade da pessoa, à idade com a qual começou a fumar, o tempo que fumou, o número de cigarros por dia que fuma e a força com que inala. As pessoas que fumam, mas que não inalam possuem um risco maior de desenvolver o câncer de pulmão, de boca e outros tipos comparando-se com as pessoas que não fumam.

 

  • Tabagismo Passivo:

A possibilidade de câncer de pulmão aumenta com a exposição à fumaça do cigarro no ambiente ou à fumaça no ar quando outra pessoa está fumando.

 

  • Asbesto:

Conhecido também como amianto está constituído por feixes de fibras. Estes feixes são formados por fibras extremamente finas e longas facilmente separáveis umas das outras, com tendência a produzir um pó de partículas muito pequenas que flutuam no ar e que quando inaladas, podem chegar até os pulmões afetando as células e aumentando o risco de câncer de pulmão. A doença pode ocorrer em trabalhadores que ficaram expostos a grandes quantidades de asbesto sendo a proporção em torno de 3 a 4 vezes maior comparado com quem nunca esteve exposto. A exposição foi encontrada em trabalhadores da construção naval, mineradoras, manufatura de asbesto, trabalho de isolantes térmicos e conserto de freios. O risco de câncer de pulmão aumenta ainda mais entre os que tiveram contato e fumam. Todos os trabalhadores em contato com asbesto devem usar equipamento de segurança industrial e seguir as boas práticas de trabalho da empresa e os procedimentos de segurança recomendados

 

  • Doenças pulmonares:

Algumas doenças do pulmão, como a tuberculose, aumentam a possibilidade de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão devido à doença se desenvolver em áreas do pulmão com cicatrizes como a da tuberculose.

 

  • Fator Genético:

Estudos relacionam uma variação em um gene localizado no cromossomo 15 (dos 23 pares de cromossomos que temos) a um risco mais alto de desenvolver a doença. Pessoas com essa falha genética têm uma chance 30% maior de desenvolver câncer de pulmão.

Tratamento

  • Cirurgia, Quimioterapia, Radioterapia

A definição do tratamento do câncer de pulmão depende de uma série de fatores que incluem o tipo de câncer (Não pequenas células ou de pequenas células), o tamanho, o local e a extensão do tumor e sobre tudo, o estado geral do paciente. Podem-se usar vários tipos de tratamentos e/ou combinações de tratamentos, sempre com o objetivo de controlar a doença, diminuir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.

  • Cirurgia

Consiste em operar o paciente para retirar o tumor. O tipo de cirurgia depende da localização da lesão tumoral no pulmão. A cirurgia pode ser de uma pequena parte do pulmão, chamada segmentectomia ou pode ser necessário retirar um volume maior que corresponde a um lobo pulmonar, nesse caso a cirurgia se denomina lobectomia. Quando se retira todo o pulmão, a cirurgia se chama de pneumectomia.

Alguns tumores podem ser inoperáveis por conta do tamanho ou do local onde estão alojados, em todo caso uma equipe de médicos que inclui o oncologista, pneumologista e cirurgião torácico avaliarão a melhor opção para cada caso.

  • Quimioterapia

A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células do câncer. É possível, ainda após o tratamento cirúrgico do câncer de pulmão, que células cancerígenas possam estar presentes no tecido próximo à lesão ou em outra região do corpo.

A quimioterapia pode ser usada para o controle do crescimento do tumor ou para aliviar os sintomas da doença. A maioria dos medicamentos utilizados na quimioterapia contra o câncer de pulmão é administrada por via intravenosa ou por meio de um cateter colocado em uma veia de maior calibre e que permanece no local pelo tempo que for necessário. A colocação do cateter (chamado de portocath) requer uma pequena cirurgia e deve ser avaliada e sugerida pelo médico.

A quimioterapia é sistêmica, o que quer dizer que não somente ataca as células cancerígenas como também as células sadias do corpo. Ou seja, pode freqüentemente apresentar efeitos colaterais e os mesmos estão relacionados ao tipo de medicamento quimioterápico e a dose administrada. Os efeitos colaterais podem ser muito leves ou mais sérios e neste caso, podem necessitar de atendimento médico, ajuste da dose ou suspensão do tratamento.

  • Radioterapia

A radioterapia consiste no uso de raios de alta energia para destruir as células cancerígenas. A radioterapia está dirigida a uma área limitada e afeta as células cancerígenas. A radioterapia pode ser usada antes da cirurgia para diminuir o tamanho do tumor ou após a cirurgia para destruir qualquer célula que eventualmente tenha ficado na área já operada. A radioterapia é freqüentemente combinada a quimioterapia como tratamento primário em lugar da cirurgia. Pode também ser utilizada para aliviar sintomas como a falta de ar. Como qualquer outro tratamento contra o câncer pode ter efeitos colaterais ao atingir não somente as células cancerígenas mas também as sadias. Um exemplo disso é a pneumonite actínica. A radiação também pode proceder de um implante previamente realizado e que é colocado diretamente em contato com o tumor ou muito próximo dele este procedimento é conhecido como braquiterapia.

  • Tratamento: Câncer de pulmão de não pequenas células

O tipo de tratamento para o câncer de pulmão de não pequenas células depende principalmente do tamanho, local e grau do tumor. A cirurgia é o tratamento mais freqüentemente empregado neste tipo de câncer de pulmão. Tanto a quimioterapia quanto a radioterapia podem ser utilizadas para o tratamento do câncer de pulmão de não pequenas células com o objetivo de retardar o máximo de tempo possível a progressão da doença e para aliviar os sintomas que apresenta.

  • Tratamento: Câncer de pulmão de pequenas células

O câncer de pulmão de pequenas células se dissemina rapidamente. Em muitos casos as células cancerígenas já se espalharam para outros locais do corpo antes mesmo de ser diagnosticada a doença. O tratamento do câncer de pulmão de pequenas células é feito principalmente com quimioterápicos, mas pode também incluir a radioterapia dirigida ao tumor no pulmão ou a metástases em outras regiões do corpo. A cirurgia não é recomendada para o tratamento deste tipo de câncer de pulmão.