CA de Colo Retal

06/03/2010 21:11

Conceito

O câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, quando detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos.

Estimativa de novos casos: 28.110, sendo 13.310 homens e 14.800 mulheres (2010)

Número de mortes: 11.322, sendo 5.305 homens e 6.017 mulheres (2007)

 

Sinais e sintomas:

É muito importante ficar atento a qualquer mudança na rotina do seu intestino. Essas alterações precisam de uma profunda investigação. Lembre-se: Quanto mais cedo o câncer é descoberto, maiores são as chances de cura da doença.

Entre os sintomas mais comuns estão:

· Diarréia ou constipação (intestino preso);

· Sensação de que o intestino não é completamente esvaziado;

· Presença de sangue vivo ou escuro nas fezes;

· Dor abdominal tipo cólica, sensação de inchaço abdominal;

· Perda de peso sem um motivo específico;

· Cansaço e fadiga constante;

· Náuseas e vômitos.

Todos os sintomas descritos acima podem apresentar-se por outras doenças também, não sendo sinais e sintomas exclusivos do câncer colorretal. Vale destacar que, frente a esses sintomas o médico deve ser consultado para diagnóstico de qualquer alteração, iniciando o tratamento o mais precocemente possível.

 

Com que médico eu devo me consultar:

O Coloproctologista é o médico especialista em todas as doenças do intestino, reto e ânus. Os principais sintomas que devem levar o paciente ao coloproctologista são:

· Sangramento anal seja em pequena ou grande quantidade,

· Dificuldade ao evacuar,

· Dor e/ou cólica na barriga,

· Ardência ou coceira anal,

· Diarréia de longa data,

· Histórico de câncer na família.

 

Diagnóstico:

O câncer é uma patologia com localizações e aspectos clínico-patológicos múltiplos e não possui sintomas ou sinais patognomônicos, podendo ser detectado em vários estágios de evolução histopatológica e clínica. Destes fatos resulta, em grande parte, a dificuldade do seu diagnóstico e a afirmativa de que a suspeita de câncer pode surgir diante dos sintomas os mais variados possíveis.

O paciente, ao procurar um médico, não sabe ainda a natureza da sua doença e, assim, não procura diretamente um especialista. Setenta por cento dos diagnósticos de câncer são feitos por médicos não-cancerologistas, o que evidencia a importância destes profissionais no controle da doença.

O médico chega a uma suposição diagnóstica através de várias etapas, durante as quais deve proceder a uma análise cuidadosa, com base principalmente em seu conhecimento do caso e da patologia, olhando sempre o paciente como um todo, não se restringindo ao sistema-alvo da sua especialidade. Neste processo, toma diversas decisões, cujo acerto ou erro repercute sobre a sobrevida do paciente e/ou sua qualidade de vida. No Brasil, muito ainda tem de ser feito para que os médicos assumam a responsabilidade que lhes cabe quanto à prevenção e ao controle do câncer. A adequação das condutas diagnósticas e terapêuticas, e a agilidade no encaminhamento do caso constituem o âmago do exercício efetivo de tal responsabilidade.

Exames

O médico começará a investigação baseado nos sinais e sintomas que o paciente apresenta. Uma vez avaliados os sinais e sintomas, o paciente será submetido a alguns exames de detecção fundamentais para o diagnóstico da doença.

Pessoas a partir dos 50 anos devem realizar os seguintes exames de detecção precoce:

· Exame de sangue oculto nas fezes: Algumas vezes os pólipos ou as lesões cancerígenas podem sangrar e esse exame tem como objetivo detectar pequenas quantidades de sangue nas fezes. Em caso de um resultado positivo para presença de sangue, será necessária a realização de outros exames para determinar a origem do sangue. Doenças não malignas como hemorróidas podem apresentar-se com sangue. No entanto, isto somente o médico poderá definir.

· Sigmoidoscopia: Este exame é realizado com um sigmoidoscópio, aparelho com uma mini câmera em uma das pontas que serve para observar o intestino por dentro. Na presença de pólipos o médico poderá extirpar-los (retira-los) para estudo anatomopatológico.

· Colonoscopia: É um exame que utiliza um colonoscópio para poder observar o cólon. Em caso de presença de pólipos, o médico também poderá extirpar-los para análise anatomopatológica e definição do diagnóstico.

· Enema com bário: Esse exame é feito por meio da ingestão de uma solução de bário e introdução de ar dentro do reto para que seja efetuada a radiografia da região. Tanto o bário como o ar ajudam a ressaltar as imagens do cólon e do reto, observando se há ou não a presença de pólipos.

· Toque retal: O toque retal faz parte do exame físico do paciente. Esse exame é realizado pelo médico quando é expresso algum sinal ou sintoma suspeito e que deve ser investigado.

Para aqueles que possuem maior probabilidade de desenvolverem o câncer colorretal, é recomendável que conversem com seus médicos para saber quais os exames que devem ser realizados considerando a detecção precoce.

Uma vez detectada a presença da lesão, em primeiro lugar, deve-se determinar se é uma lesão neoplásica (câncer) ou não. A presença ou ausência de células malignas é apontada por um patologista, que analisa as amostras de biópsia em caso de terem sido retirados pólipos ou de amostras de lesões suspeitas. A conclusão do diagnóstico será emitida pelo resultado obtido da amostra analisada, sendo enviado um relatório ao médico responsável pelo paciente. O diagnóstico precoce do câncer oferece ao paciente um excelente prognóstico da doença.

 

Estadiamento

Se a amostra de tecido da biópsia apontar presença de células malignas, será necessário conhecer a extensão da doença (estadio). O estadio da doença é determinado ao examinar se o tumor invadiu tecidos próximos (metástases) e a que partes do corpo se espalhou ou não.

Nesta fase poderão ser solicitados exames adicionais aos que já foram realizados, por exemplo:

· Exame de sangue para determinar a presença do antígeno carcinoembrionário (CEA). Algumas pessoas portadoras de câncer colorretal têm uma alta concentração desse antígeno.

· Colonoscopia: Se for necessário um exame mais minucioso poderá ser solicitada (uma nova colonoscopia).

· Radiografia de tórax: Para determinar se a doença se disseminou para outros órgãos como os pulmões, por exemplo.

· Tomografia Computadorizada: É um exame que ajuda a observar todos os órgãos do corpo, podendo assim diagnosticar se a doença se espalhou para outros órgãos como fígado, pulmões, etc.

· Ressonância Magnética: É um exame mais sofisticado que ajuda a determinar a presença de lesões cancerígenas em outras regiões do corpo. Esse exame é utilizado para observar sistema nervoso e vasos sanguíneos.

Estadios do câncer colorretal

· Estadio 0: A doença está localizada somente na parte interna do cólon ou do reto. É denominado carcinoma in situ.

· Estadio I: O tumor cresceu dentro da parte interna do cólon ou reto, mas não atravessou a parede do intestino.

· Estadio II: O tumor se estende mais profundamente dentro e através da parede do cólon ou reto. A invasão de tecido próximo é possível, mas as células cancerígenas não chegaram aos gânglios linfáticos.

· Estadio III: O câncer se disseminou aos gânglios linfáticos próximos, mas não para outras partes do corpo.

· Estadio IV: O câncer se espalhou para outras partes do corpo como fígado e/ou pulmões.

 

Tratamento

Cirurgia

A cirurgia é o tratamento mais freqüente para o câncer colorretal, podendo ser realizada utilizando diferentes técnicas:

Colonoscopia: É quando se observa dentro do intestino, sendo retirado um pólipo do cólon ou reto durante o exame.

Laparoscopia: É a técnica que introduz através do abdômen alguns instrumentos, com os quais podem ser observadas as estruturas dentro do corpo, sendo retirada à região onde está localizada a lesão suspeita.

Cirurgia aberta: É quando o cirurgião realiza uma operação, na qual é necessária uma abordagem mais ampla, proporcionando uma melhor visualização das estruturas abdominais. Essa cirurgia é utilizada em casos onde a lesão não pode ser extirpada por outros métodos.

Quando se realiza a cirurgia de retirada da lesão cancerígena também se retira parte do cólon ou reto que se devem conectar as partes sadias que ficaram soltas. Entre tanto, algumas vezes não é possível fazer isto. Neste caso, durante a própria cirurgia se cria um caminho novo para a passagem das fezes, que é denominado estoma. O estoma é uma abertura criada na parede do abdômen para se conectar ao extremo do intestino. Essa cirurgia recebe o nome de colostomia. A partir desta cirurgia, as fezes passam a ser armazenadas em uma bolsa coletora que fica sobre o estoma e que se adere à pele do abdômen.

Para a maioria dos pacientes, o estoma é temporário. Uma vez cicatrizadas as partes do cólon ou reto, um novo procedimento cirúrgico é realizado para conectar as partes do intestino e fechar o estoma. Alguns pacientes, sobre tudo os que têm um tumor na parte inferior do reto, precisam de um estoma permanente.

Quimioterapia

A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais. Por ser um tratamento sistêmico, a quimioterapia atinge não somente as células cancerígenas como também as células sadias do organismo. De forma geral, a quimioterapia é administrada por via venosa, embora alguns quimioterápicos possam ser administrados por via oral.

Por se tratar de uma terapia sistêmica a quimioterapia pode provocar alguns efeitos colaterais, tais como: anemia, queda do sistema de defesa imunológico ou alteração na coagulação do sangue, queda de pêlos e cabelos, náuseas vômitos e diarréia, dor e vermelhidão nas palmas das mãos e plantas dos pés.

É muito importante que o paciente comunique sempre qualquer sintoma que apresente e considere fora do normal ao seu médico. Assim, ele poderá definir a necessidade de utilizar ou não medicamentos adicionais para controlar os sintomas.

Radioterapia

É um tipo de tratamento que utiliza raios de alta energia para destruir as células cancerígenas. A radioterapia pode ser feita por radiação externa, ou seja, quando a fonte de radiação está fora do corpo. O tratamento pode ser efetuado durante várias semanas sendo que, o número de sessões será determinado pelo seu médico. Outra forma é a radiação interna, isto é, coloca-se dentro do corpo, por meio de instrumentos específicos, material radioativo próximo da lesão tumoral. Uma vez terminada a sessão, o material é extraído do corpo. Esse procedimento é denominado de braquiterapia.

Os efeitos colaterais da radioterapia dependem principalmente da quantidade de radiação que é administrada e da região do corpo que está sendo tratada. No caso do cólon e reto pode causar náuseas, vômitos, diarréia, deposições com sangue, moléstias urinais e alterações na pele da região irradiada.

Terapia Biológica

É um tipo de tratamento no qual o paciente recebe um anticorpo monoclonal. Os anticorpos monoclonais chegam às células cancerígenas interferindo no seu crescimento e na disseminação da doença. Esse procedimento é utilizado em casos avançados da doença. A terapia biológica pode ser administrada junto à quimioterapia. Por ser também um tratamento sistêmico, a terapia biológica pode ocasionar alguns efeitos colaterais, como: alergia, erupções cutâneas, febre, dor abdominal, vômitos, diarréia, sangramento, problemas respiratórios e alterações na pressão arterial. Qualquer efeito colateral deve ser comunicado imediatamente ao seu médico para que seja iniciado um tratamento medicamentoso com o objetivo de minimizar ou evitar o aparecimento de efeitos secundários.

Equipe Multidisciplinar
 
O diagnóstico de câncer exige do paciente e de seus familiares uma série de adaptações e mudanças em suas rotinas.

É importante que você saiba que, além de todo o cuidado dispensado pelo seu médico oncologista, você também pode contar com o apoio de uma equipe multidisciplinar de profissionais especializados nas mais diversas áreas da saúde.

Enfermeiro: É o profissional que está ao lado do paciente em todos os momentos e que poderá orientar sobre efeitos colaterais, sinais e sintomas e outras possíveis dúvidas que surjam durante o seu tratamento. É ela quem pode lhe orientar sobre os cuidados e precauções gerais da colostomia.

Psicólogo: Sentimentos como depressão, ansiedade, medos, preocupações e dúvidas são comuns e muitas vezes, precisam de cuidado. Para isso, o profissional indicado é o Psico-oncologista que tem como objetivo apoiar emocionalmente o paciente e sua família, proporcionando uma melhor qualidade de vida.

Nutricionista: É o profissional que lhe acompanhará durante e/ou após todo o tratamento do câncer. Este profissional poderá lhe ajudar a diminuir os efeitos colaterais do tratamento através de uma alimentação equilibrada e saudável. Diante da colostomia, também são necessárias orientações sobre o que comer e o que deve ser evitado.

Fisioterapeuta: É responsável por promover a recuperação físico-funcional do paciente restaurando movimentos e funções comprometidas durante e/ou após a doença.